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Dezembro: mais que festa, uma revolução interna

  • 5 de dez.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 6 de dez.


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Por Maria Ábramo Editado e publicado por José Octávio Abramo


Este texto é dedicado às Mulheres Medicina, que se formaram durante a Jornada de 10 meses em 2025.


Dezembro chega com seu brilho, sua correria, suas músicas, comércio agitado e todo mundo vivenciando as maravilhas para destruir a saúde: o stress. Inclusive eu! Cada um de nós, no seu nicho de trabalho, com nossas dúvidas e nossos sonhos, muitos ainda na gaveta, queremos uma vida boa. Simplesmente isso.

Nós terapeutas sabemos que a vida é sobe e desce, que é preciso vivenciar suas dores e alegrias e não ter problema com o nosso sentir as vezes positivo, mas na maior parte das vezes muito negativo, que vai desenhando mais e mais desventuras em série.


É fácil ficar só na superfície, no "modo mais do mesmo", afinal todo mundo está vivendo isso! Então que essa leitura sirva para uma reflexão silenciosa, realizada entre você e... você.

Mais um ano sendo encerrado e o planeta esquenta e o ser humano ainda aceita se dividir em guerras, rancores e cultivo de inimigos. Tá bem, vamos entender que isso acontece desde quando estávamos na barriga de nossas mães, e mais, desde sempre. São muitas as fidelidades que precisamos manter. Mas e se de repente eu resolvesse surpreender? Fazer diferente? Transformar aqui dentro?


E se este mês fosse diferente? E se, no meio da festa coletiva, nós captássemos uma energia mais profunda — a mesma que emanou do menino cujo aniversário celebramos?

Jesus, em sua essência, trouxe ao mundo uma proposta radical de amor. Mas esse amor não é um sentimento genérico e distante. É uma iguaria emocional, um sabor de alma que só pode ser degustado plenamente, para se obter a experiencia, por aqueles que se dispõem ao trabalho interno da pacificação; os que dizem “calem-se vozes do mal”. Aqui é meu, quem decide aqui dentro sou eu. Então eu convido a todas e todos, as Mulheres Medicina e aos homens de boa vontade, as sábias e aos sábios, a começarem a separarem o tal do joio, que imita o trigo tão bem, erva daninha incrivelmente eficiente quando o assunto é desastres que criamos com nossas emoções aliadas fortemente ao que pensamos.


Para separar o joio do trigo é só começar a escutar seus pensamentos e refletir sobre as suas emoções íntimas. Quando não é bom, quando há desconfiança, então é porque estamos fora do amor. E pior sem consciência alguma, com nossas vidas, riquíssimas, sendo controladas pelos podres poderes para vibrarem como miseráveis.

Quando você perceber que está fora da sua vontade, criando na mente situações de destruição, vendeta, inseguranças, desconfianças, pare um minuto, coloque a mão direita no peito e a esquerda sobre o umbigo e respire usando sua mente fértil e bem treinada em destruição para criar algo bom para você: visualize então uma Luz branca iridescente que recobre o seu corpo totalmente.

Você pode cheirar um óleo essencial de limpeza (eucalipto, tomilho, hortelã, alecrim). Isso também vai desalojando um “ser” que fomos construindo, ao longo de todas as fases de nossas vidas.

Agora sim, podemos dizer que estamos andando no caminho da pacificação. Seres do novo milênio, modernos, pacíficos, de coração trabalhado. Aqueles que aprenderam a acalmar seus rebanhos de pensamentos tumultuados. Os que, mesmo fazendo seu melhor no dia a dia, ainda têm um olhar presente e sereno para as crianças — as de fora e a que habita dentro de cada um de nós. Esse é o convite de dezembro: preparar nosso interior para uma nova etapa, saindo do piloto automático da manada e entrando em um estado de presença e paz ativa.


Antes de pensarmos nos outros, precisamos olhar para dentro. O que, em mim, precisa ser pacificado? O estresse muitas vezes é um sinalizador. Ele aponta para:


• Compromissos excessivos. O "sim" automático que vira um verdadeiro fardo.

• Expectativas perfeccionistas e a expectativa que vai desaguar em desilusão, sobre as festas, os presentes, as reconciliações familiares.

• Comparações, como a vida "perfeita" dos outros nas redes sociais, e como disse um dos motoristas de Uber que peguei dia desses, “pessoas que comem miojo o ano todo para pagar uma excursão e tirar mais de 700 fotos para postar no ano que vem, fotos perfeitas, cabelo postiço, pestanas postiças, filtro nas lentes e, dona Maria, ninguém está feliz de verdade, sabe porquê? Não contaram estrelas, não viram a Lua nascer, não valorizaram o olhar dos filhos e não namoraram seus companheiros e companheiras, não comeram com prazer ou investiram um dinheirinho para um almoço de domingo”, me disse o seu Carlos. “Pois é, eu sei Carlos”, eu disse.


É sobre isso, a vida vivida agora com tudo o que eu posso fazer de melhor para mim e para os meus, como posso me organizar para ter amanhã?

Um lembrete carinhoso, especialmente para os leitores terapeutas e cuidadores: vocês, que tanto acolhem, precisam começar por vocês mesmos. O avião está perdendo pressão. Coloquem primeiro a máscara de oxigênio em seu próprio rosto para depois ajudarem os outros. Sua paz interna não é um luxo; é a ferramenta principal do seu ofício.

Então eu preparei aqui para todos os meus caríssimos membros da Escola Mab – Amor e Consciência, uma lista de coisas legais para Fazer ANTES do Natal e continuar por janeiro, fevereiro, enfim, todo o 2026, para fazer a vida vibrar na Paz.


Esta é uma lista de preparação do terreno interior:

1. Uma tarde de "desapego digital": desligue notificações, silencie grupos. Em vez de ler o que escreveram nos feeds, leia um poema, ouça uma música que acalme a alma, observe o céu. Largue seu celular para viver. Vejo pessoas esclarecidas se nutrindo de uma conspiração para o tal de fim do mundo, informações que não sei de onde vêm, que não estão na vida real, que não foram checadas e, cá entre nós, estar pacificado internamente é o melhor que poderemos apresentar de nós mesmo no fim do mundo, né mesmo?

2. Conversa reconexão: marque um café com apenas uma pessoa com quem a conversa seja leve, nutritiva e genuína. Ouça! É quase como um oráculo vivo, observe que essa pessoa vai te dizer muitas coisas importantes para seu caminho agora.

3. Gestos simbólicos de renovação: doe, limpe, organize um cantinho da casa. Pode ser um armário, uma gaveta de papéis. Deixe ir o que não serve mais, criando espaço físico e mental para o novo. Limpe seu computador, salve arquivos em nuvem, reinstale, ajude.

4. Ritual do perdão leve: escreva em um papel algo que você precisa perdoar em si mesmo ou em alguém, escreva sem dramas, apenas reconhecendo. Queime o papel com segurança, simbolizando a liberação.

5. Presente para a própria alma: dê a si mesmo algo que não tem preço: uma longa caminhada na natureza, um banho demorado à luz de velas, uma aula daquela prática que sempre quis experimentar, meditação, yoga, pintura.


Três práticas para manter a tranquilidade (ou a arte de dizer não)

Estas são posturas para cultivar durante todo o período:

1. O "check-in" diário com o coração: ao acordar combine com você como irá agir ao longo do dia e, antes e antes de dormir, pergunte-se: "como me sai hoje?". Nomeie a emoção: acabei cansada e não fiz nada; consegui manter a esperança e o pavio acesso da esperança, mesmo no momento mais difícil do dia? Me senti sobrecarregado? Aceite sem julgamento? Esse simples ato de acolhimento evita que as emoções se acumulem e explodam.

2. A arte da comunicação pacífica e clara: para dizer o que não vai bem, pratique a frase: "Eu me sinto (nomeie a emoção) quando (quando vivencio tal evento). Eu preciso de (faça seu pedido concreto)."

Exemplo: "Eu me sinto sobrecarregado quando tenho muitos compromissos seguidos. Eu preciso de uma noite tranquila em casa esta semana." Isso desloca a culpa e expressa sua necessidade com clareza e respeito. E, surpresa!, você consegue mudar isso e dar a si o que é preciso.

3. A "âncora" do momento presente: quando a ansiedade do futuro ou o cansaço do passado chegarem, traga-se para o agora, aqui agora é possível resolver tudo, é o lugar mais seguro para se estar, não lamente o que passou, não se conecte com o de sempre em enviar os pensamentos e as emoções adiante. Sinta os pés no chão. Observe três sons ao seu redor. Respire profundamente três vezes. Esta âncora te tira da turbulência dos pensamentos e te traz de volta ao seu centro, à paz que já existe dentro de você. A PAZ que ultrapassa todo o entendimento humano. Sim, todos nós estamos no meio do redemoinho, cada um com seu evento. Mas pacifique-se.


Que este dezembro seja, de fato, o mês do nascimento de uma nova quietude dentro de nós. Um tempo de experimentar a iguaria preciosa do amor que pede, antes de tudo, um coração disposto a se acalmar agora e esse agora para sempre, onde nos mantemos seguros, jovens e onde podemos trazer também nossos assistidos.

Paz no seu coração e no seu processo de viver um dezembro desperto, esperando o bebezinho, o recém-nascido despertar no seu coração, ativando a sua melhor versão.

 

Maria Ábramo



 
 
 

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